Realizadas no sábado, 21 de dezembro, as eleições para os orgãos sociais da Casa do Douro, regressada ao estatuto de “associação privada de inscrição obrigatória” – decisão sempre criticada pela CAP por contrariar o princípio fundador do associativismo livre - decorreram com muitas dúvidas entre os viticultores, como comprova a elevada abstenção.
Os viticultores/eleitores inscritos eram 18 655 e o número de votos contabilizados para as duas listas, de acordo com os dados provisórios, é de apenas 2 933, a que se somam 84 votos em branco e 102 nulos, faltando os dados da assembleia de voto de Freixiel. Em simultâneo os viticultores elegeram o Conselho Regional, com a lista A a obter 1 224 votos, a lista B 1 113 e a lista C 589 votos.
Assim, os resultados provisórios indicavam uma votação superior para a Lista B, liderada por Rui Paredes (1 509 votos), face aos resultados apurados da Lista A, de Manuela Alves (1 424), num momento em que não eram conhecidos os resultados finais do círculo de Vila Flor.
Diretor da Adega Cooperativa de Favaios, presidente da Federação Renovação do Douro e vice-presidente do conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), Rui Paredes foi eleito presidente da Casa do Douro. Os resultados definitivos têm de ser afixados até ao dia 31 deste mês. O mandato é de três anos e a Direção eleita tomará posse, em princípio, em janeiro de 2025.
Marcadas por elevada abstenção, estas foram as primeiras eleições para a Direção e Conselho Regional, desde que a instituição recuou para o seu antigo formato de “associação pública de inscrição obrigatória”. Esta decisão estatutária foi reconfirmada pelo Parlamento, em janeiro último, com os votos a favor do PS, PCP, BE, PAN, Livre e do então deputado social-democrata Artur Soveral de Andrade, os votos contra do Chega, Iniciativa Liberal (IL) e do deputado socialista Capoulas Santos, e com a abstenção do PSD.
Criada em 1932 para representar os viticultores, a organização alterou os seus estatutos em 2014 para “associação privada de inscrição voluntária”, mas dez anos volvidos, retornaram ao formato inicial, de inscrição obrigatória.
Fonte: CAP