O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal participou ontem, em Bruxelas, no Praesidium do COPA – Comité das Organizações Profissionais Agrícolas, onde teve a oportunidade de partilhar com a comissária europeia do Ambiente, Resiliência Hídrica e Economia Circular, Jessika Roswall, a realidade da agricultura portuguesa em matéria de gestão dos impactos das alterações climáticas e da gestão dos recursos hídricos. Álvaro Mendonça e Moura apresentou uma breve caracterização do problema em Portugal, sublinhando que a redução da precipitação, aliada à sua concentração em períodos curtos, tem causado graves impactos na agricultura e na gestão sustentável da água.

O presidente da CAP aproveitou a ocasião para dirigir à comissária a seguinte questão: “durante o seu mandato, irá rever os regulamentos que impedem os agricultores e os Estados-Membros de desenvolverem infraestruturas para o aprovisionamento de água? Atualmente, a maior parte da água da chuva escoa para o mar, sem ser retida para utilização nos períodos de maior necessidade.”

A comissária Jessika Roswall respondeu que “durante o seu mandato está aberta ao diálogo e a rever todas as regras que não estejam em vigor por boas razões”, permitindo ao presidente da CAP retorquir que “as regras existentes foram criadas e estão em vigor por boas razões.” Mendonça e Moura sublinhou que “há regras que existem e estão lá, mas não por boas razões, pois apenas dificultam a vida dos agricultores e dos Estados-Membros.”

Com mais uma tomada de posição junto de elementos do Colégio de Comissários, a CAP assegura que continuará a defender os interesses dos agricultores portugueses, promovendo o diálogo com as instituições europeias para garantir que as políticas e regulamentos sejam ajustados às realidades e necessidades do setor agrícola, especialmente no contexto das alterações climáticas e da gestão sustentável dos recursos hídricos.

Fonte: CAP, 20/02/2025